António Manuel Ribeiro : Pálidos Olhos Azuis

Rock / Portugal
(1992 - BMG Records)
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歌词

1. VELHOS TAMBORINS

Nos olhos da noite
oiço tamborins,
Vindos do silêncio
desenhos perfis.

De todos os lados
suave excitação,
A dança nas sombras
celebração - oh oh oh

Por dentro da intriga
do ser e não ser,
O fogo crepita
lento a arder.

Que faço eu aqui
serei a ilusão,
A noite é uma ilha
negra sedução.

E oiço, velhos tamborins, velhos tamborins
Velhos tamborins, à volta de mim.

A dança está no vento
silhuetas a sorrir,
É morno este encanto
não quero partir.

É como se a noite
estivesse no dia,
Contrárias as partes
a mesma harmonia.

E oiço, velhos tamborins, velhos tamborins
Velhos tamborins, à volta de mim,
E oiço, velhos tamborins, velhos tamborins
Velhos tamborins...


2. UM PURO SANGUE

Aos treze, a vida é sede
Aos catorze, água doce
E aos quinze, descobrir-me
Nos dezasseis, já não sei.

Já não sei, já não sei
Já não sei, já não sei.

Aos dezassete, a vida passa
Nos dezoito, a ressaca
Aos dezanove, noite fora
E aos vinte, contra a lei.

Já não sei, já não sei
Já não sei, já não sei.

Fui um retrato cheio de encanto
um parto feliz ou contratempo?
E se fui mais, se cheguei aqui
sei que me odeias, como eu a ti.

Já não sei, já não sei
Já não sei, já não sei.


3. OS OLHOS DAS MIÚDAS

Os olhos das miúdas
sem pestanejar,
Entram quando querem
e chegam a queimar.

O jogo dos sinais
gestos sedentos,
Olhos nos olhos
um segredo.

São sóis ardentes os olhos das miúdas
Mágicas fogueiras na noite escura,
Os olhos das miúdas, os olhos das miúdas.

Os olhos das miúdas
que estão a olhar,
São convites abertos
aves a pairar.

Silêncios à procura
de um resgate qualquer,
Perfumes e denúncias
desejos de mulher.

São sóis ardentes os olhos das miúdas
Mágicas fogueiras na noite escura,
Os olhos das miúdas, os olhos das miúdas.

Essa ambiguidade
tão peculiar,
Nem fera nem presa
só os olhos a brilhar.

São sóis ardentes os olhos das miúdas
Mágicas fogueiras na noite escura,
Os olhos das miúdas, os olhos das miúdas.


4. PÁSSAROS FERIDOS PODEM VOAR

O medo está dos dois lados
o medo de hoje e do passado,
Pássaros feridos podem voar
pássaros feridos podem voar.

Em noites sem Lua dançam as palavras
a dúvida vagueia cobrindo a cara,
Pássaros feridos podem voar
pássaros feridos podem voar.

Ao nascer do Sol o jogo começa
a força do grito, o silvo da flecha,
Pássaros feridos podem voar
pássaros feridos podem voar.

Pássaros feridos - ohohoh - são solitários
Seres esquecidos - ohohoh - que podem voar.

Histórias antigas, lendas do vento
a floresta abriga a fúria e o medo,
Pássaros feridos podem voar
pássaros feridos podem voar.

Pássaros feridos - ohohoh - são solitários
Seres esquecidos - ohohoh - que podem voar,
Pássaros feridos - ohohoh - são solitários
Seres esquecidos - ohohoh - que podem voar.


5. A NOITE INTEIRA

Cai a noite desse lado
está o palco iluminado,
E o fogo ateado
é o fim, antes de ir-me embora.

A festa está em ti
foi por isso que eu vim,
Feiticeiro e aprendiz
é a noite, por uma taça cheia.

A canção da vida
É a canção que fica
E todos sabem cantar.

O tempo é tão curto
o encanto tão difuso,
Esta noite vale tudo
na hora, de irmos embora.

E no fim de cada noite
fico eu na minha sorte,
Um vazio quase morte
o silêncio, num quarto de hotel.

A canção da vida
É a canção que fica
E todos sabem cantar.

E eu ficaria aqui - a noite inteira
Por ti, por mim, aqui - a noite inteira
Valia a pena, aqui - a noite inteira
Canta comigo, aqui - a noite inteira.

A canção da vida
É a canção que fica
E todos sabem cantar.


6. AQUI NA ARENA

Passageiro de viagens
fiquei rico na memória,
Andarilho num país
com oito séculos de história.

Rumo ao norte, rumo ao sul
de saias amarrotadas,
Portuguesas dos confins
de pé na berma da estrada.

Estou a meio da viagem
e já não sei de onde parti,
Vou em frente, vou p'ros lados
será chegar o fim?

Em cada dia que passa
há uma luta que fica,
Um segredo que desarma
um duelo que me agita.

Mas é de álcool de de inveja
que esta gente se alimenta,
Sol e toiros à portuguesa
festa rija aqui na arena,
Aqui na arena.

Perdi as horas da vida
as horas certas de agarrar,
Ganhei a noite já dia
de madrugada a vomitar.

Fiz de conta e de parvo
nos salões sociais,
Um velho sabor amargo
provado vezes de mais.

Mas é de álcool de de inveja
que esta gente se alimenta,
Sol e toiros à portuguesa
festa rija aqui na arena,
Aqui na arena.

Há um vulto errante
vagueando nessa margem,
Cavaleiro amante
D. Quixote personagem.

Já tive medo do escuro
e de ver-me ao espelho,
Provei um pouco de tudo
em silêncio, em silêncio, sem desejo.

Mas é de álcool de de inveja
que esta gente se alimenta,
Sol e toiros à portuguesa
festa rija aqui na arena,
Aqui na arena, aqui na arena.


7. CERTAMENTE O DESERTO

Há quem diga por dizer
que a vida vai doer,
Sendo assim, vou vivê-la
vou espremê-la até ganir.

A ternura de passagem
sai depressa sem bagagem,
No deserto deste lado
vejo um vulto apressado.

Quero ver-te deste lado
Quero ver-te num deserto encalhado.

Há quem diga por dizer
que a vida vai doer,
Sendo assim, vou bebê-la
vou prová-la até cair.

É da vida a cor do medo
sombras esguias cá de dentro,
No silêncio desta marcha
só poeira assinalada.

Quero ver-te deste lado
Quero ver-te num deserto encalhado,
Quero ver-te deste lado
Quero ver-te num deserto encalhado,
Encalhado, encalhado, encalhado.


8. NAS HORAS TARDIAS

As horas tardias
ilhas da vida,
Na noite cortina
de mais um dia.

As horas esquecidas
ouro do tempo,
Acesas as cinzas
que ardem por dentro.

É como se a vida
fosse dupla,
Silhueta de dia
e sombra noturna.

As horas tardias
escrevem sossegos,
Refúgio escondido
agente secreto.

E se eu fico aqui
e se eu resisto aqui,
Escorre o prazer
das horas tardias.


9. RUA PAU DA BANDEIRA

(Instrumental)


10. HI JOHN


11. VELHOS TAMBORINS

(Same track 1)




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