UHF : Canções Prometidas - Raridades Vol.I
Lyrics
1. DESTE LADO DO RIO
Vivo deste lado do rio
deste lado do rio cheira mal,
Cheira quente, cheira podre, cheira a enxofre
há ferrugem nas flores do meu quintal.
Cresci deste lado do rio
do lado onde a água se cala,
Onde o silêncio magoa as figuras
que arrastam os ossos p'ra casa.
Cheira mal, cheira mal
Deste lado do rio
Cheira mal onde eu vivo, cheira, cheira!
Vivo no lado sujo do rio
onde as águas com óleo tresandam,
Vivo na zona baixa da cidade
onde os barcos no lodo aguardam.
Vivo entre o fumo e as sirenes
das fábricas espalhadas na margem,
Deste lado do rio cheira mal
hei-de um dia comprar a passagem.
Cheira mal, cheira mal
Deste lado do rio
Cheira mal onde eu vivo, cheira, cheira!
2. ESTOU DE PASSAGEM (VOO 079)
Dá-me abrigo por esta noite
dá-me abrigo por esta noite,
Procuro conforto no teu cobertor
a noite prepara os jogos de amor,
Febre que sobe e acende a fogueira
entre as chamas vivas da fogueira.
Dói-me cá dentro ao certo não sei
dói-me cá dentro ao certo não sei,
Dói-me o inferno da minha arte
dói-me o silêncio da tua carne,
Feito sossego nas minhas mãos
é quente o silêncio das tuas mãos.
São línguas de fogo que entram no corpo
são línguas de fogo que entram no corpo,
São noites de assombro e descoberta
em busca da vida estou de passagem,
Parto contigo na minha bagagem
parto sozinho p'ra longa viagem,
Parto contigo na minha bagagem
parto sozinho p'ra longa viagem.
3. JORGE MORREU
Ele andava por aí
como tu e eu andamos,
Queimando um cigarro
queimando os nervos.
Nevoeiro no cérebro
num bailado de fantasmas,
Entre o frio e o zelo
e a importância dos notáveis.
Jorge morreu, Jorge morreu.
Ele tinha a tua cara
ele tinha a minha cara,
Ele era ninguém
que a vida desafiava.
Jorge um dia passou
à frente da ventania,
Entoando o refrão
e uma velha melodia.
Jorge morreu, Jorge morreu.
Jorge, Jorge, onde estás? Onde estás?
Jorge, Jorge, onde estás? Onde estás?
Quem te matou?
Deixou à cidade
subiu à montanha,
Entrando na paisagem
onde um homem se amanha.
Jorge parou
os ponteiros da vida,
Mergulhando os olhos
no mar de água fria.
Jorge morreu, Jorge morreu.
4. NOVE ANOS
Nove anos é tanto tempo
passei a correr por aí,
Com uma guitarra bandoleira
espalhando cinzas pelo país.
Conheci gente de todo o lado
floresta minha uivando sem parar,
E outra gente daqui bem perto
armas escritas surdas a matar.
Há nove anos soltei amarras
Em nove anos peguei de caras, peguei de caras.
Mordi nos sorrisos mais estridentes
hotel à noite, outra cidade,
Entrei pelos olhos mais descarados
fácil de mais para ser verdade.
Senti o medo à beira do palco
olhei a cor da provocação,
Armei cantor esse pateta
a glória da vida é uma canção.
Há nove anos soltei amarras
Em nove anos peguei de caras, peguei de caras.
Disse que sim, pensei o não
deram-me o prémio da veracidade,
Fotografias, pose e ovação
o jogo quente da publicidade.
Há nove anos soltei amarras
Em nove anos peguei de caras, peguei de caras.
Caí no cerco caí a fingir
a velha história de camas desfeitas,
Molhei a espera do ouro do whisky
um cabotino que o ódio espreita.
Há nove anos soltei amarras
Em nove anos peguei de caras, peguei de caras.
Em nove anos corri sem parar
com as raízes fora da terra,
Diverti-me assim sem ligar
a morte cínica de uma fera.
Há nove anos soltei amarras
Em nove anos peguei de caras, peguei de caras,
Há nove anos.
5. ESTA MENTIRA À SOLTA
Eu menti, quase sempre menti
a saber e a fingir mais de que uma vez,
Um ser com eu, um alvo assinalado
é sombra ambígua mesmo à beira do lago.
E depressa, depressa, ninguém fica de fora
é de dentro que se abre esta mentira à solta.
Fantasia, é mentira sem azia
é vislumbre a sorrir ou recado de amor,
É na noite que se empurra a vida
uma nesga de luz, o mergulho na bebida.
E depressa, depressa, ninguém fica de fora
é de dentro que se abre esta mentira à solta,
Esta mentira à solta, esta mentira à solta.
6. GERALDINE
Dona de passagem na avenida
mulher de corpo de marfim,
Sopras o fumo na minha cara
e nem sequer me vês à passagem.
Geraldine foi violada
no quarto da mãe,
E agora passeia estoirada
no ritmo que a vida tem.
Sem descanso nem horário
Geraldine tem de cumprir,
P'ra sacar o ganho
que o chulo vai exigir.
Quando a dança aquece
e as ofertas correm na praça,
Geraldine arrisca a vida
ensaiando a farsa.
"Mãe, tu és a última ponte
a última loja aberta antes do recolher propício.
Quando o momento chegar
quero ficar no pensamento da madrugada.
Amanhã outro dia, voltaremos cativos
enquanto a promessa da vida resistir.
Há esperança de sabor diferente, de sabor diferente
E a mim, a mim, tanto me faz, tanto me faz."
7. DOIS NUMA VIDA
Há um cheiro nesta brisa
um tempero de mar,
A tristeza sentida
que não sei disfarçar.
Bebi o que o mundo tinha
e o que o céu prometeu,
Noites à luz mortiça
na sombra do eu.
Como as cartas escritas
à espera de endereço,
São pobres as mentiras
que a mim confesso.
Uma dúvida habita
deste lado, bem perto,
Vulgar homicida
o amor que eu conheço.
Eu fugiria, de mim p'ra ti
Dois numa vida, até ao fim.
8. JOANA (A MAIS BELA)
Vi Joana a olhar-me
na primeira luz do dia,
Numa banca de jornais
a cores, na fotografia.
Encontrei o meu amor
essa força que nos move,
A metade que me falta
chama que me consome.
Joana a mais bela
a olhar para mim,
Eu à procura dela
e ela tão perto de mim.
Depois de tudo feito
e tudo experimentado,
Grande é o amor simples
por ti é um pecado.
Joana a mais bela
a olhar para mim,
Eu à procura dela
e ela tão perto de mim.
9. POR ESSA MULHER
Procuro por ela
em cada lugar,
Em cada rosto
que vejo passar.
Procuro por ela
quase insano,
Por essa mulher
aquela que eu amo.
Por essa mulher
fico inquieto,
Preso no escuro
vivo secreto.
Por essa mulher
a prometida,
Cresce uma flor
em cada dia.
Por essa mulher
na minha vida,
Guardo uma flor
em cada dia,
Por essa mulher, por essa mulher.
10. UMA VALSA / UMA DANÇA
Artifícios engenhosos
vozes altas de mais,
Pecadilhos religiosos
uma corte de chacais.
Uma valsa, uma dança
Toda a Terra é santa.
Vejo crentes em Deus
de joelhos a orar,
Árabes contra judeus
e uma terra por altar.
Uma valsa, uma dança
Toda a Terra é santa.
Cercados por fiéis
tão fiéis e tão cretinos,
Vejo homens, irmãos cruéis
conferindo inimigos.
Uma valsa, uma dança
Toda a Terra é santa.
Dança, dança, dança, dança
reza, reza, reza, reza,
Esta valsa falsa que tresanda
e torna homens de Deus em feras.
Uma valsa, uma dança
Toda a Terra é santa.
11. A LÁGRIMA CAIU
Tu sabes bem
que o amor se perdeu,
Não o faças refém
foi meu e teu.
Foi o que foi
o que nós deixamos,
Inocentes os dois
culpados ficamos.
A lágrima caiu
sem tu saberes,
Por ti caiu
a última vez.
A flor da saudade
que nasce selvagem,
Daninha se espalha
por toda a paisagem.
Por todos os locais
em todos os cheiros,
Há histórias reais
de um cativeiro.
A lágrima caiu
sem tu saberes,
Por ti caiu
a última vez.
Um dia, talvez
possamos lembrar,
De novo, talvez
falar sem gritar.
A lágrima caiu
sem tu saberes,
Por ti caiu
a última vez.
12. MENINO (CANÇÃO DA BEIRA BAIXA)
Quando eu era pequenino, quando eu era pequenino
acabado de nascer, acabado de nascer,
Ainda mal abria os olhos, ainda mal abria os olhos
já eram para te ver, já eram para te ver.
La, la, la.
Quando eu já for velhinho, quando eu já for velhinho
acabado de morrer, acabado de morrer,
Olha bem para os meus olhos, olha bem para os meus olhos
sem vida te hão-de ver, sem vida te hão-de ver.
La, la, la.
13. CANÇÃO DE ROUBAR O AMOR
Meu amor, sou ladrão
diz o povo e a canção,
Que se canta sobre nós
sou autor, dou a voz,
Meu amor, meu amor, não te enganes
com o choro de quem te rodeia,
Meu amor, meu amor, não apagues
este fogo que nos incendeia.
Meu amor, não aguento
esta vida em segredo,
Que me diz que és dele
quando toco a tua pele.
Meu amor, meu amor, não te enganes
com o choro de quem te rodeia,
Meu amor, meu amor, não apagues
este fogo que nos incendeia.
14. COISA BOA
Às vezes tu ganhas a partida
soltando gargalhadas,
Às vezes é como ver a vida
no espelho embaciada.
Às vezes tu sais p'ra rua
pouco muito p'ra fazer,
É triste o Sol dessa rua
às vezes é escuro de ver.
Quero-te coisa boa, é tudo o que sabes dizer
Quero-te coisa boa, é tudo o que posso dizer.
Às vezes dois passos à frente
surge a figura mulher,
Cores breves um instante
às vezes aquece o prazer.
Assim nasce o fogo incêndio
belo de ver e tocar,
Querer tocá-lo por dentro
e arder e queimar.
Quero-te coisa boa, é tudo o que sabes dizer
Quero-te coisa boa, é tudo o que posso dizer.
Cai a vida na poeira
garrafa meio bebida,
É um sonho em canseira
coisa boa desmedida.
Quero-te coisa boa, é tudo o que sabes dizer
Quero-te coisa boa, é tudo o que posso dizer.
Vivo deste lado do rio
deste lado do rio cheira mal,
Cheira quente, cheira podre, cheira a enxofre
há ferrugem nas flores do meu quintal.
Cresci deste lado do rio
do lado onde a água se cala,
Onde o silêncio magoa as figuras
que arrastam os ossos p'ra casa.
Cheira mal, cheira mal
Deste lado do rio
Cheira mal onde eu vivo, cheira, cheira!
Vivo no lado sujo do rio
onde as águas com óleo tresandam,
Vivo na zona baixa da cidade
onde os barcos no lodo aguardam.
Vivo entre o fumo e as sirenes
das fábricas espalhadas na margem,
Deste lado do rio cheira mal
hei-de um dia comprar a passagem.
Cheira mal, cheira mal
Deste lado do rio
Cheira mal onde eu vivo, cheira, cheira!
2. ESTOU DE PASSAGEM (VOO 079)
Dá-me abrigo por esta noite
dá-me abrigo por esta noite,
Procuro conforto no teu cobertor
a noite prepara os jogos de amor,
Febre que sobe e acende a fogueira
entre as chamas vivas da fogueira.
Dói-me cá dentro ao certo não sei
dói-me cá dentro ao certo não sei,
Dói-me o inferno da minha arte
dói-me o silêncio da tua carne,
Feito sossego nas minhas mãos
é quente o silêncio das tuas mãos.
São línguas de fogo que entram no corpo
são línguas de fogo que entram no corpo,
São noites de assombro e descoberta
em busca da vida estou de passagem,
Parto contigo na minha bagagem
parto sozinho p'ra longa viagem,
Parto contigo na minha bagagem
parto sozinho p'ra longa viagem.
3. JORGE MORREU
Ele andava por aí
como tu e eu andamos,
Queimando um cigarro
queimando os nervos.
Nevoeiro no cérebro
num bailado de fantasmas,
Entre o frio e o zelo
e a importância dos notáveis.
Jorge morreu, Jorge morreu.
Ele tinha a tua cara
ele tinha a minha cara,
Ele era ninguém
que a vida desafiava.
Jorge um dia passou
à frente da ventania,
Entoando o refrão
e uma velha melodia.
Jorge morreu, Jorge morreu.
Jorge, Jorge, onde estás? Onde estás?
Jorge, Jorge, onde estás? Onde estás?
Quem te matou?
Deixou à cidade
subiu à montanha,
Entrando na paisagem
onde um homem se amanha.
Jorge parou
os ponteiros da vida,
Mergulhando os olhos
no mar de água fria.
Jorge morreu, Jorge morreu.
4. NOVE ANOS
Nove anos é tanto tempo
passei a correr por aí,
Com uma guitarra bandoleira
espalhando cinzas pelo país.
Conheci gente de todo o lado
floresta minha uivando sem parar,
E outra gente daqui bem perto
armas escritas surdas a matar.
Há nove anos soltei amarras
Em nove anos peguei de caras, peguei de caras.
Mordi nos sorrisos mais estridentes
hotel à noite, outra cidade,
Entrei pelos olhos mais descarados
fácil de mais para ser verdade.
Senti o medo à beira do palco
olhei a cor da provocação,
Armei cantor esse pateta
a glória da vida é uma canção.
Há nove anos soltei amarras
Em nove anos peguei de caras, peguei de caras.
Disse que sim, pensei o não
deram-me o prémio da veracidade,
Fotografias, pose e ovação
o jogo quente da publicidade.
Há nove anos soltei amarras
Em nove anos peguei de caras, peguei de caras.
Caí no cerco caí a fingir
a velha história de camas desfeitas,
Molhei a espera do ouro do whisky
um cabotino que o ódio espreita.
Há nove anos soltei amarras
Em nove anos peguei de caras, peguei de caras.
Em nove anos corri sem parar
com as raízes fora da terra,
Diverti-me assim sem ligar
a morte cínica de uma fera.
Há nove anos soltei amarras
Em nove anos peguei de caras, peguei de caras,
Há nove anos.
5. ESTA MENTIRA À SOLTA
Eu menti, quase sempre menti
a saber e a fingir mais de que uma vez,
Um ser com eu, um alvo assinalado
é sombra ambígua mesmo à beira do lago.
E depressa, depressa, ninguém fica de fora
é de dentro que se abre esta mentira à solta.
Fantasia, é mentira sem azia
é vislumbre a sorrir ou recado de amor,
É na noite que se empurra a vida
uma nesga de luz, o mergulho na bebida.
E depressa, depressa, ninguém fica de fora
é de dentro que se abre esta mentira à solta,
Esta mentira à solta, esta mentira à solta.
6. GERALDINE
Dona de passagem na avenida
mulher de corpo de marfim,
Sopras o fumo na minha cara
e nem sequer me vês à passagem.
Geraldine foi violada
no quarto da mãe,
E agora passeia estoirada
no ritmo que a vida tem.
Sem descanso nem horário
Geraldine tem de cumprir,
P'ra sacar o ganho
que o chulo vai exigir.
Quando a dança aquece
e as ofertas correm na praça,
Geraldine arrisca a vida
ensaiando a farsa.
"Mãe, tu és a última ponte
a última loja aberta antes do recolher propício.
Quando o momento chegar
quero ficar no pensamento da madrugada.
Amanhã outro dia, voltaremos cativos
enquanto a promessa da vida resistir.
Há esperança de sabor diferente, de sabor diferente
E a mim, a mim, tanto me faz, tanto me faz."
7. DOIS NUMA VIDA
Há um cheiro nesta brisa
um tempero de mar,
A tristeza sentida
que não sei disfarçar.
Bebi o que o mundo tinha
e o que o céu prometeu,
Noites à luz mortiça
na sombra do eu.
Como as cartas escritas
à espera de endereço,
São pobres as mentiras
que a mim confesso.
Uma dúvida habita
deste lado, bem perto,
Vulgar homicida
o amor que eu conheço.
Eu fugiria, de mim p'ra ti
Dois numa vida, até ao fim.
8. JOANA (A MAIS BELA)
Vi Joana a olhar-me
na primeira luz do dia,
Numa banca de jornais
a cores, na fotografia.
Encontrei o meu amor
essa força que nos move,
A metade que me falta
chama que me consome.
Joana a mais bela
a olhar para mim,
Eu à procura dela
e ela tão perto de mim.
Depois de tudo feito
e tudo experimentado,
Grande é o amor simples
por ti é um pecado.
Joana a mais bela
a olhar para mim,
Eu à procura dela
e ela tão perto de mim.
9. POR ESSA MULHER
Procuro por ela
em cada lugar,
Em cada rosto
que vejo passar.
Procuro por ela
quase insano,
Por essa mulher
aquela que eu amo.
Por essa mulher
fico inquieto,
Preso no escuro
vivo secreto.
Por essa mulher
a prometida,
Cresce uma flor
em cada dia.
Por essa mulher
na minha vida,
Guardo uma flor
em cada dia,
Por essa mulher, por essa mulher.
10. UMA VALSA / UMA DANÇA
Artifícios engenhosos
vozes altas de mais,
Pecadilhos religiosos
uma corte de chacais.
Uma valsa, uma dança
Toda a Terra é santa.
Vejo crentes em Deus
de joelhos a orar,
Árabes contra judeus
e uma terra por altar.
Uma valsa, uma dança
Toda a Terra é santa.
Cercados por fiéis
tão fiéis e tão cretinos,
Vejo homens, irmãos cruéis
conferindo inimigos.
Uma valsa, uma dança
Toda a Terra é santa.
Dança, dança, dança, dança
reza, reza, reza, reza,
Esta valsa falsa que tresanda
e torna homens de Deus em feras.
Uma valsa, uma dança
Toda a Terra é santa.
11. A LÁGRIMA CAIU
Tu sabes bem
que o amor se perdeu,
Não o faças refém
foi meu e teu.
Foi o que foi
o que nós deixamos,
Inocentes os dois
culpados ficamos.
A lágrima caiu
sem tu saberes,
Por ti caiu
a última vez.
A flor da saudade
que nasce selvagem,
Daninha se espalha
por toda a paisagem.
Por todos os locais
em todos os cheiros,
Há histórias reais
de um cativeiro.
A lágrima caiu
sem tu saberes,
Por ti caiu
a última vez.
Um dia, talvez
possamos lembrar,
De novo, talvez
falar sem gritar.
A lágrima caiu
sem tu saberes,
Por ti caiu
a última vez.
12. MENINO (CANÇÃO DA BEIRA BAIXA)
Quando eu era pequenino, quando eu era pequenino
acabado de nascer, acabado de nascer,
Ainda mal abria os olhos, ainda mal abria os olhos
já eram para te ver, já eram para te ver.
La, la, la.
Quando eu já for velhinho, quando eu já for velhinho
acabado de morrer, acabado de morrer,
Olha bem para os meus olhos, olha bem para os meus olhos
sem vida te hão-de ver, sem vida te hão-de ver.
La, la, la.
13. CANÇÃO DE ROUBAR O AMOR
Meu amor, sou ladrão
diz o povo e a canção,
Que se canta sobre nós
sou autor, dou a voz,
Meu amor, meu amor, não te enganes
com o choro de quem te rodeia,
Meu amor, meu amor, não apagues
este fogo que nos incendeia.
Meu amor, não aguento
esta vida em segredo,
Que me diz que és dele
quando toco a tua pele.
Meu amor, meu amor, não te enganes
com o choro de quem te rodeia,
Meu amor, meu amor, não apagues
este fogo que nos incendeia.
14. COISA BOA
Às vezes tu ganhas a partida
soltando gargalhadas,
Às vezes é como ver a vida
no espelho embaciada.
Às vezes tu sais p'ra rua
pouco muito p'ra fazer,
É triste o Sol dessa rua
às vezes é escuro de ver.
Quero-te coisa boa, é tudo o que sabes dizer
Quero-te coisa boa, é tudo o que posso dizer.
Às vezes dois passos à frente
surge a figura mulher,
Cores breves um instante
às vezes aquece o prazer.
Assim nasce o fogo incêndio
belo de ver e tocar,
Querer tocá-lo por dentro
e arder e queimar.
Quero-te coisa boa, é tudo o que sabes dizer
Quero-te coisa boa, é tudo o que posso dizer.
Cai a vida na poeira
garrafa meio bebida,
É um sonho em canseira
coisa boa desmedida.
Quero-te coisa boa, é tudo o que sabes dizer
Quero-te coisa boa, é tudo o que posso dizer.
lyrics added by andregraca - Modify this lyrics