UHF : Porquê?

Rock / Portugal
(2010 - Am Ra Discos)
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Letras

1. NATIVOS

Acende o sagrado fogueiro
ilumina-me a passagem,
O desejo chega intenso
queima o sangue, dá-nos coragem.

Ilumina a voz dos humanos
e o poder de usar a palavra,
Se o coração conhece enganos
aceita a vida, sai da batalha.


2. VIVER PARA TE VER

Quero gostar de ti
sem saber porquê,
Sentir o que senti
a primeira vez.

Sem fazer perguntas
apenas desfrutar,
Duas vidas juntas
unidas para amar.

Viver para te ver
de manhã ao acordar,
O coração a bater
para te abraçar.

Calo as palavras
só os olhos a brilhar,
Secreta é a fala
sonhos a vibrar.

Viver para te ver
de manhã ao acordar,
O coração a bater
para te abraçar.


3. O VENTO MUDOU

Oiçam, oiçam,

O vento mudou
ela não voltou,
As aves partiram
as folhas caíram.

Ela quis viver
e o mundo correr,
Prometeu voltar
se o vento mudar.

E o vento mudou
e ela não voltou,
Sei que ela mentiu
p'ra sempre fugiu.

Vento por favor
traz-me o seu amor,
Vê que eu vou morrer
sem não mais a ter.

Nuvens tenham dó
que eu estou tão só,
Batam-lhe à janela
chorem sobre ela.

E as nuvens choraram
e quando voltaram,
Soube que mentira
p'ra sempre fugira.

Nuvens por favor
cubram minha dor,
Já que eu vou morrer
sem não mais a ter.

Oiçam, oiçam, oiçam.


4. PORQUÊ SÓ ELA

Andamos à procura
quase sempre desencontrados,
Queres ser a minha miúda
e eu quero quem está a teu lado.

Que me olha sem olhar
como eu olho para ti,
O amor anda no ar
quase sempre a fugir.

Porquê só ela
só ela eu guardei,
Porque só ela
só ela mais ninguém.

Toca aqui e toca além
enlouquece os corações,
Uma dor que sabe bem
carrossel de emoções.

Quem eu amo não me quer
e se quer não me diz,
Eu só quero essa mulher
mesmo se foge de mim.

Porquê só ela
só ela eu guardei,
Porque só ela
só ela mais ninguém.

Já não sei o que é amar
se amar é preciso,
Seguirei sem procurar
dói-me a fuga do destino.

Porquê só ela
só ela eu guardei,
Porque só ela
só ela mais ninguém.


5. A CANÇÃO PODE SER

A canção pode ser
inspirada pela manhã,
Servir-se do que vê
e até ser coisa vã.

Palavras escolhidas
como flores na paixão,
Balanço e melodia
a força de um refrão.

A canção pode ser
A canção pode ser uma companhia.

A canção pode ser
uma arma emprestada,
Esse fogo a arder
que nos enche de coragem.

Quando o Sol aquece o dia
e o calor entra no sangue,
Uma velha melodia
em silêncio que nos segue.

A canção pode ser
A canção pode ser uma companhia.

Será minha a canção
ou é ela que me agarra,
Que me enche de emoção
empunhando esta guitarra.

A canção pode ser
o amor e a amizade,
Uma força acrescer
o berço da liberdade.

A canção pode ser
A canção pode ser uma companhia.


6. QUERO ENTRAR EM TUA CASA

O que é que vais esconder
o que guardas de mim,
Deitar tudo a perder
esquecer não é o fim.

Como o mar abraça a ilha
vi o céu beijar o mar,
O amor de uma vida
fica nos olhos a brilhar.

Quero entrar em tua casa
e beijar-te sem parar,
Sigo só por esta estrada
marco os dias para voltar.

É perigoso abrir a porta
e deixar o amor entrar,
Por ti repito a história
voo livre sobre o mar.

Quero entrar em tua casa
e beijar-te sem parar,
Sigo só por esta estrada
marco os dias para voltar.


7. PORQUÊ (PORTUGUÊS)

Porquê, quem diz porquê
quer entender o que não vê,
Porquê, é a pergunta
que sai da boca e enche a rua.

Porquê, porquê, porquê
outra vez o naufrágio português.

Porquê, diz o poder
sem perceber que o cego vê,
Porquê, é a pergunta
que o povo faz com amargura.

Porquê, porquê, porquê
outra vez o naufrágio português.

Porquê, até morrer
tenho direito, quero saber,
Porquê, que tenho pressa
não sou freguês, desta tragédia.

Porquê, porquê, porquê
outra vez o naufrágio português.


8. VEJAM BEM

Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem se põe a pensar
quando um homem se põe a pensar.

Quem lá vem
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar.

E se houver
uma praça de gente madura
e uma estátua,
e uma estátua de febre a arder.

Anda alguém
pela noite de breu à procura
e não há quem lhe queira valer
e não há quem lhe queira valer.

Vejam bem
daquele homem a fraca figura
desbravando os caminhos do pão
desbravando os caminhos do pão.

E se houver
uma praça de gente madura
ninguém vai levantá-lo do chão
ninguém vai levantá-lo do chão.

Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem,
quando um homem se põe a pensar.

Quem lá vem
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar.


9. A ÚLTIMA PROVA

Madrugada por aqui
estou parado na cidade,
Toma o frio conta de mim,
já não sei a minha idade.

O silêncio cobre as ruas
sob a luz dos candeeiros,
Como um rio de sombras escuras
sugadas pelo nevoeiro.

Foi aqui que eu nasci
e daqui me vou embora,
Dei-vos tudo que há em mim
só me falta a última prova.

Estou parado a olhar
porque fogem as pessoas,
Porque correm sem parar
sem tocar as coisas boas.

Os grafitis nas paredes
como falas sem resposta,
Desabafos portugueses
entre a raiva e a vergonha.

Foi aqui que eu nasci
e daqui me vou embora,
Dei-vos tudo que há em mim
só me falta a última prova.


10. CAI O CARMO E A TRINDADE

Eles vão ficar à solta, eles vão ficar à solta
faz a história portuguesa, há dinheiro de sobra,
Eles vão ficar à solta, eles vão ficar à solta
tem a verve do direito para trocar as voltas.

Cai o Carmo e a Trindade
oiço o coro "parece mal",
É pesada a verdade
vai ao fundo Portugal.

Eles vão ficar à solta, eles vão ficar à solta
foi tudo uma ilusão, a malha da rede é grossa,
Eles vão ficar à solta, eles vão ficar à solta
diz o povo ao juiz "só é preso quem rouba".

Cai o Carmo e a Trindade
oiço o coro "parece mal",
É pesada a verdade
vai ao fundo Portugal.

Cai o Carmo e a Trindade, gente fina no pantanal
castos sem castidade, nada se passa de anormal,
Em Portugal, bem e mal, rito e ritual, a corte virtual
é tudo normal, justiça formal. processual
em Portugal, em Portugal, em Portugal.

Cai o Carmo e a Trindade
oiço o coro "parece mal",
É pesada a verdade
vai ao fundo Portugal,
Eles vão ficar à solta, eles vão ficar à solta...


11. ACENDE UM ISQUEIRO

Quero ver o mundo inteiro
que aqui veio celebrar,
Segurar um isqueiro
e erguê-lo a brilhar.

Quero ver braços no ar
e a voz afinada,
Para sempre recordar
uma noite bem passada.

Acende um isqueiro
traz a luz contigo,
Acende um isqueiro
dá-me luz, meu amigo.

Quero ver um mar de luz
e as palmas a soar,
Se a luz nos conduz
tenho os olhos a brilhar.

Vim aqui para cantar
e para vos conhecer,
Receber o que o povo dá
se o artista merecer.

Acende um isqueiro
traz a luz contigo,
Acende um isqueiro
dá-me luz, meu amigo.

Quem está aí? Quem está aí?
É gente do norte é gente do sul
de todos os lados que aqui se reúne,
É gente daqui, é gente de fora
uma história feliz, aqui e agora.
Quem está aí? Quem está aí?
Acende um isqueiro, quem está aí?
aqui, aí, aqui, aí.

Acende um isqueiro
traz a luz contigo,
Acende um isqueiro
dá-me luz, meu amigo.


12. PORTUGAL (SOMOS NÓS)

Segue em frente
não olhes para trás,
Vive o presente
que está a chegar.

Não te vás abaixo
se o medo rondar,
É só um mau bocado
que vai passar.

Portugal - somos nós
mil histórias de coragem,
O exemplo dos avós
que fundaram esta casa.

Quero ver-te a sorrir
de manhã ao acordar,
Se passares por mim
quero-te abraçar.

Portugal - somos nós
mil histórias de coragem,
O exemplo dos avós
que fundaram esta casa.


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