UHF : UHF – Bandas Míticas Vol.04
Les paroles
1. JORGE MORREU
Ele andava por aí
como tu e eu andamos,
Queimando um cigarro
queimando os nervos.
Nevoeiro no cérebro
num bailado de fantasmas,
Entre o frio e o zelo
e a importância dos notáveis.
Jorge morreu, Jorge morreu.
Ele tinha a tua cara
ele tinha a minha cara,
Ele era ninguém
que a vida desafiava.
Jorge um dia passou
à frente da ventania,
Entoando o refrão
e uma velha melodia.
Jorge morreu, Jorge morreu.
Jorge, Jorge, onde estás? Onde estás?
Jorge, Jorge, onde estás? Onde estás?
Quem te matou?
Deixou a cidade
subiu à montanha,
Entrando na paisagem
onde um homem se amanha.
Jorge parou
os ponteiros da vida,
Mergulhando os olhos
no mar de água fria.
Jorge morreu, Jorge morreu.
2. CAVALOS DE CORRIDA
Agora, que a corrida estoirou
e os animais se lançam no esforço,
Agora, que todos eles aplaudem
a violência em jogo.
Agora, que eles picam os cavalos
violando todas as leis,
Agora, que eles passam ao assalto
e fazem-no por qualquer preço.
Agora, agora, tu és um cavalo de corrida.
Agora, que a vida passa num flash
e o paraíso é além,
Agora, que o filme deste massacre
é a rotina Zé Ninguém.
Agora, que perdeste o juízo
a jogar esta cartada,
Agora, que galopas já ferido
procurando abrir passagem.
Agora, agora, tu és um cavalo de corrida
Agora, agora, tu és um cavalo de corrida.
3. RUA DO CARMO
Rua do Carmo, rua do Carmo
mulheres bonitas subindo o Chiado,
Mulheres alheias, presas às montras
alguns aleijados em hora de ponta.
Olha como é a rua do Carmo
Olha como é a rua do Carmo.
Jornais que saem do Bairro Alto
putos estendidos, travando o passo,
Onde o comércio cativa turistas
quem come com os olhos já enche a barriga.
Olha como é a rua do Carmo
Olha como é a rua do Carmo.
Soprando a vida passam estudantes
gingando as ancas, lábios ardentes,
Subindo com pressa abrindo passagem
chocamos de frente, seguimos viagem.
Olha como é a rua do Carmo
Olha como é a rua do Carmo.
4. RAPAZ CALEIDOSCÓPIO
Um intelectual de ar estafado
um homem de faces cavadas na noite,
Cruza o Bairro Alto no silêncio dos ténis claros
em passos largos de dança.
Ele é um duro como rock
fã da violência,
E olha a vida pelos óculos
gingando cadência,
Veste cabedal que é napa preta,
Heyahoh la la la.
Quando a fome aperta
ele toma o caminho da fábrica ou do estaleiro,
E na próxima fuga entra na pele do animal
que o torna agressivo, reputação ideal.
Ele é um duro como rock
fã da violência,
E olha a vida pelos óculos
gingando cadência,
Veste cabedal que é napa preta,
Heyahoh la la la.
5. MODELO FOTOGRÁFICO
Centelha de fogo
corpo bronzeado,
Lábios vermelhos
sorvendo um gelado.
Esta é a imagem
do anúncio de cartão,
Nua sexy de papel
despertando a ilusão,
Oh, oh, oh.
Ela é a mulher
que tu queres apanhar,
Deste lado da vida
onde andas a pairar.
E quando ela se despe
baloiçando carne viva,
Meio mundo fecha os olhos
e no sonho se excita,
Oh, oh, oh.
6. CONCERTO
Dedos amarelos
afinados em dó maior,
Cigarros de pontas breves
espalhados no auditório.
Luz que entra pelas alturas
e conduz à histeria,
Olhos fixos à procura
do profeta da rebeldia.
Soutien preso à pele
entre os amigos gritando,
Corpo aberto à ternura
da música deste concerto.
Bem bebidos de brilho nos olhos
avançaram sedentos,
Exigindo matar a fome
pelo preço de um bilhete.
Angústias ou ramos de flores - olá
Suando, sangrando, sei lá - olá
Oiço palmas, uivos, risos brancos sinceros - olá
No caudal que se vai - olá
E o rio está seco - olá
O concerto no fim - olá
Regressemos à sobrevivência...
7. ESTOU DE PASSAGEM
Dá-me abrigo por esta noite
dá-me abrigo por esta noite,
Procuro conforto no teu cobertor
a noite prepara jogos de amor,
Febre que sobe e acende a fogueira
entre as chamas vivas da fogueira.
Dói-me cá dentro ao certo não sei
dói-me cá dentro ao certo não sei,
Dói-me o inferno da minha arte
dói-me o silêncio da tua carne,
Feito sossego nas minhas mãos
é quente o silêncio das tuas mãos.
Dá-me um bilhete p'ro inferno.
São línguas de fogo que entram no corpo
são línguas de fogo que entram no corpo,
São noites de assombro e descoberta
em busca da vida estou de passagem,
Parto contigo na minha bagagem
parto sozinho p'ra longa viagem.
Dá-me um bilhete p'ro inferno.
8. NOITES LISBOETAS
Começas num copo
talvez de cerveja,
Sentado à mesa
entrando na conversa.
Mulheres que chegam
por entre gargalhadas,
Um brilho nos olhos
e um vazio na alma.
Noites lisboetas
de histórias acesas,
Os bares estão cheios
segurando as presas.
Quartos alugados
ilhas de pouca luz,
Dá-me noites sentinelas
e vómitos de verde cru.
Noites lisboetas
de porta em porta,
Noites lisboetas
fantasmas à solta, à solta com rédeas.
Há um ser empoleirado
nas pernas de um juiz,
Tentando escapar
às misérias do país.
Amores num carro
num parque deserto,
Tapando a boca
dois gritos em seco.
Noites lisboetas
de porta em porta,
Noites lisboetas
fantasmas à solta, à solta com rédeas.
O sorriso é cínico
nas rugas do asceta,
Entre o whisky e o degelo
rio azul em folha branca.
E o mundo refaz-se
e o álcool já sobe,
Trocam-se beijos
nessa mesa de homens.
Noites lisboetas
de porta em porta,
Noites lisboetas
fantasmas à solta, à solta com rédeas,
Lisboa, Lisboa, Lisboa.
9. GERALDINE
Dona de passagem na avenida
mulher de corpo de marfim,
Sopras o fumo na minha cara
e nem sequer me vês à passagem.
Geraldine foi violada
no quarto da mãe,
E agora passeia estoirada
no ritmo que a vida tem.
Sem descanso nem horário
Geraldine tem de cumprir,
P'ra sacar o ganho
que o chulo vai consumir.
Quando a dança aquece
e as ofertas correm na praça,
Geraldine arrisca a vida
ensaiando a farsa.
10. (VIVO) NA FRONTEIRA
Quero a história
destes breves momentos,
Perdida na memória
e no sulco do tempo.
Que faço eu aqui
p'ra além do concerto,
Sou a música felina
que arma o manifesto.
Tu és a testemunha
que precisa curtir,
Ganhando cedo na rua
o desejo de fugir.
Vivo na fronteira
que separa o bom do mau,
Baloiçando à beira
do perigo no asfalto.
Ele andava por aí
como tu e eu andamos,
Queimando um cigarro
queimando os nervos.
Nevoeiro no cérebro
num bailado de fantasmas,
Entre o frio e o zelo
e a importância dos notáveis.
Jorge morreu, Jorge morreu.
Ele tinha a tua cara
ele tinha a minha cara,
Ele era ninguém
que a vida desafiava.
Jorge um dia passou
à frente da ventania,
Entoando o refrão
e uma velha melodia.
Jorge morreu, Jorge morreu.
Jorge, Jorge, onde estás? Onde estás?
Jorge, Jorge, onde estás? Onde estás?
Quem te matou?
Deixou a cidade
subiu à montanha,
Entrando na paisagem
onde um homem se amanha.
Jorge parou
os ponteiros da vida,
Mergulhando os olhos
no mar de água fria.
Jorge morreu, Jorge morreu.
2. CAVALOS DE CORRIDA
Agora, que a corrida estoirou
e os animais se lançam no esforço,
Agora, que todos eles aplaudem
a violência em jogo.
Agora, que eles picam os cavalos
violando todas as leis,
Agora, que eles passam ao assalto
e fazem-no por qualquer preço.
Agora, agora, tu és um cavalo de corrida.
Agora, que a vida passa num flash
e o paraíso é além,
Agora, que o filme deste massacre
é a rotina Zé Ninguém.
Agora, que perdeste o juízo
a jogar esta cartada,
Agora, que galopas já ferido
procurando abrir passagem.
Agora, agora, tu és um cavalo de corrida
Agora, agora, tu és um cavalo de corrida.
3. RUA DO CARMO
Rua do Carmo, rua do Carmo
mulheres bonitas subindo o Chiado,
Mulheres alheias, presas às montras
alguns aleijados em hora de ponta.
Olha como é a rua do Carmo
Olha como é a rua do Carmo.
Jornais que saem do Bairro Alto
putos estendidos, travando o passo,
Onde o comércio cativa turistas
quem come com os olhos já enche a barriga.
Olha como é a rua do Carmo
Olha como é a rua do Carmo.
Soprando a vida passam estudantes
gingando as ancas, lábios ardentes,
Subindo com pressa abrindo passagem
chocamos de frente, seguimos viagem.
Olha como é a rua do Carmo
Olha como é a rua do Carmo.
4. RAPAZ CALEIDOSCÓPIO
Um intelectual de ar estafado
um homem de faces cavadas na noite,
Cruza o Bairro Alto no silêncio dos ténis claros
em passos largos de dança.
Ele é um duro como rock
fã da violência,
E olha a vida pelos óculos
gingando cadência,
Veste cabedal que é napa preta,
Heyahoh la la la.
Quando a fome aperta
ele toma o caminho da fábrica ou do estaleiro,
E na próxima fuga entra na pele do animal
que o torna agressivo, reputação ideal.
Ele é um duro como rock
fã da violência,
E olha a vida pelos óculos
gingando cadência,
Veste cabedal que é napa preta,
Heyahoh la la la.
5. MODELO FOTOGRÁFICO
Centelha de fogo
corpo bronzeado,
Lábios vermelhos
sorvendo um gelado.
Esta é a imagem
do anúncio de cartão,
Nua sexy de papel
despertando a ilusão,
Oh, oh, oh.
Ela é a mulher
que tu queres apanhar,
Deste lado da vida
onde andas a pairar.
E quando ela se despe
baloiçando carne viva,
Meio mundo fecha os olhos
e no sonho se excita,
Oh, oh, oh.
6. CONCERTO
Dedos amarelos
afinados em dó maior,
Cigarros de pontas breves
espalhados no auditório.
Luz que entra pelas alturas
e conduz à histeria,
Olhos fixos à procura
do profeta da rebeldia.
Soutien preso à pele
entre os amigos gritando,
Corpo aberto à ternura
da música deste concerto.
Bem bebidos de brilho nos olhos
avançaram sedentos,
Exigindo matar a fome
pelo preço de um bilhete.
Angústias ou ramos de flores - olá
Suando, sangrando, sei lá - olá
Oiço palmas, uivos, risos brancos sinceros - olá
No caudal que se vai - olá
E o rio está seco - olá
O concerto no fim - olá
Regressemos à sobrevivência...
7. ESTOU DE PASSAGEM
Dá-me abrigo por esta noite
dá-me abrigo por esta noite,
Procuro conforto no teu cobertor
a noite prepara jogos de amor,
Febre que sobe e acende a fogueira
entre as chamas vivas da fogueira.
Dói-me cá dentro ao certo não sei
dói-me cá dentro ao certo não sei,
Dói-me o inferno da minha arte
dói-me o silêncio da tua carne,
Feito sossego nas minhas mãos
é quente o silêncio das tuas mãos.
Dá-me um bilhete p'ro inferno.
São línguas de fogo que entram no corpo
são línguas de fogo que entram no corpo,
São noites de assombro e descoberta
em busca da vida estou de passagem,
Parto contigo na minha bagagem
parto sozinho p'ra longa viagem.
Dá-me um bilhete p'ro inferno.
8. NOITES LISBOETAS
Começas num copo
talvez de cerveja,
Sentado à mesa
entrando na conversa.
Mulheres que chegam
por entre gargalhadas,
Um brilho nos olhos
e um vazio na alma.
Noites lisboetas
de histórias acesas,
Os bares estão cheios
segurando as presas.
Quartos alugados
ilhas de pouca luz,
Dá-me noites sentinelas
e vómitos de verde cru.
Noites lisboetas
de porta em porta,
Noites lisboetas
fantasmas à solta, à solta com rédeas.
Há um ser empoleirado
nas pernas de um juiz,
Tentando escapar
às misérias do país.
Amores num carro
num parque deserto,
Tapando a boca
dois gritos em seco.
Noites lisboetas
de porta em porta,
Noites lisboetas
fantasmas à solta, à solta com rédeas.
O sorriso é cínico
nas rugas do asceta,
Entre o whisky e o degelo
rio azul em folha branca.
E o mundo refaz-se
e o álcool já sobe,
Trocam-se beijos
nessa mesa de homens.
Noites lisboetas
de porta em porta,
Noites lisboetas
fantasmas à solta, à solta com rédeas,
Lisboa, Lisboa, Lisboa.
9. GERALDINE
Dona de passagem na avenida
mulher de corpo de marfim,
Sopras o fumo na minha cara
e nem sequer me vês à passagem.
Geraldine foi violada
no quarto da mãe,
E agora passeia estoirada
no ritmo que a vida tem.
Sem descanso nem horário
Geraldine tem de cumprir,
P'ra sacar o ganho
que o chulo vai consumir.
Quando a dança aquece
e as ofertas correm na praça,
Geraldine arrisca a vida
ensaiando a farsa.
10. (VIVO) NA FRONTEIRA
Quero a história
destes breves momentos,
Perdida na memória
e no sulco do tempo.
Que faço eu aqui
p'ra além do concerto,
Sou a música felina
que arma o manifesto.
Tu és a testemunha
que precisa curtir,
Ganhando cedo na rua
o desejo de fugir.
Vivo na fronteira
que separa o bom do mau,
Baloiçando à beira
do perigo no asfalto.
paroles ajoutées par andregraca - Modifier ces paroles